Sensações Virtuais

quarta-feira, novembro 29, 2006

O preservativo do nosso contentamento

Giovanni Giacomo Casanova era um homem muito precavido. Além de muito dado. Às mulheres e consta também que a alguns homens... Por isso, confrontado com as duras realidades do sexo, eis que teve uma grande ideia. Ora se isto de andar com A e com B e com C e com D e com E aumenta as probabilidades de apanhar uma sífilis e outras que mais, então que melhor forma de evitar que isso aconteça do que arranjar uma forma de evitar as trocas de líquidos que caracterizam estas andanças do sexo. Deu voltas à cabeça e pensou que um tubito comprido e flexível seria o ideal para o efeito. Foi ao talho mais próximo e pediu um bom bocado de intestino de carneiro, cortou à medida do seu famoso órgão e deu um nó na ponta.

Pronto para o ataque!

De facto, Casanova, no já longínquo século XVIII, não foi o primeiro a pensar em tal artimanha. Na verdade, muitas centenas de anos antes dele já alguém se tinha lembrado do mesmo e utilizado materiais tão diversos quanto a seda, o papiro, bexigas de cabra e intestinos de peixe para criar a tão desejada barreira que evitasse o contágio por doenças chatas que se podem apanhar nestes contextos e já agora travar a chegada indesejada de criancinhas aos gritos e cheias de ranhoca nove meses depois.

O preservativo começa assim por ser um objecto da engenhosa criatividade humana que sempre quis aproveitar o que a vida tem de bom sem ficar à chuva e molhar-se, por assim dizer.

Por estar associado ao sexo, o preservativo foi durante muito tempo motivo de ruborização violenta de meninas castas e de risotas malandras de meninos traquinas. É só com a mal afamada sida que o preservativo ganha honras de capa de revista e de motivo principal de poster colado um pouco por todo o canto. Deixou de estar escondido para se exibir em toda a sua magnificência e glória. E deixou de estar escondido das malas para andar nas bocas do mundo. E não só.

O problema é que apesar da fama, o preservativo ainda continua mal-amado. Dizem as más-línguas que é um chato. E que se mete no meio dos casais, para atrapalhar, quando estão no bem bom. E que, ainda por cima, quando é convidado para ser o terceiro elemento num menage a trois tem a mania de dar o berro e não estar à altura das exigências.

Disparates!, diz ele ofendido. Certo é que muita má fama é atribuída ao preservativo. Mas nós, na Sentidos e Sensações, continuamos a gostar dele. Por isso, achamos que era importante convidá-lo para uma sessão das Sensações Periódicas que vai ser subordinada ao tema: “O preservativo como objecto erótico?”. E sim, o ponto de interrogação é irónico e provocador. Mas não dizemos mais. Para saber mais, terá que vir assistir às sensações periódicas de amanhã, dia 29 de Novembro, às 22 horas no Bairro Alto (Espaço Jovem da Câmara Municipal de Lisboa, R. Da Atalaia, nº 157 R/C).

Connosco para falar sobre tão importante objecto do nosso dia-a-dia iremos ter Sérgio Luís, da Associação Abraço, organização que muito tem feito para promover o uso do preservativo, e António Baptista, dono de diversas sex shops em Portugal e de resto um pioneiro neste tipo de actividade comercial em Portugal.Ficamos à vossa espera... Afinal é na véspera de um feriado e termina em boa hora de ir tomar um copo depois pelo Bairro...

sábado, novembro 25, 2006

Atenção! Alteração de horário nas Sensações Periódicas

Dado o local em que se realizam as Sensações Periódicas, o Bairro Alto, optamos por alterar o horário destas conversas para outro que fosse mais nocturn-friendly. Por isso, a começar já nesta semana, todas as conversas passam a realizar-se às 22 horas, no mesmo local, ou seja, no Espaço Jovem da Câmara Municipal de Lisboa no Bairro Alto.

Ficamos à vossa espera!

Meter conversa: Dos quebra-gelo às estratégias de engate

Homens e mulheres engatam de forma diferente? E gays e heterossexuais? Existem estratégias infalíveis de engate? Quais os locais em que mais ocorrem engates? E qual a diferença afinal entre o engate e a sedução? Na semântica ou apenas na atitude?

Estas foram alguns dos tópicos de uma conversa intensa e muito participada pelo público que tivemos no passado dia 16 de Outubro, em que a Ana Anes e o João Paulo se juntaram a nós para discutir estes assuntos tão importantes quanto menosprezados do engate.

Uma das primeiras questões que se levantou foi exactamente a das possíveis diferenças entre a sedução e o engate. Muitas opiniões foram veiculadas. Alguns dos presentes referiram que a sedução é mais subtil, recorrendo a comportamentos e posturas menos óbvios, enquanto que o engate mais brejeiro ou descarado. Outros defenderam a ideia de que se trata da mesma atitude, sendo que as diferentes palavras seriam utilizadas em contextos diferentes. O engate foi também considerado como mais associado à actividade nocturna.

Ambos os convidados foram da opinião de que gays e heteros engatam da mesma forma. Já em relação às diferenças entre homens e mulheres, as opiniões foram diversas. As mulheres, defendeu-se, são mais subtis nessas artes, enquanto que os homens mais frontais. Porém, também houve quem defendesse que na verdade, se no passado era certo que as mulheres eram mais reprimidas nas suas atitudes de engate, hoje em dia estas diferenças estariam já esbatidas e muitas vezes as mulheres já tomam a dianteira na procura activa do engate.

Falou-se do papel do engate no contexto de relações afectivas e estáveis, seja dos elementos do casal um pelo outro, utilizando cenários de engate para (re)acender a paixão, seja destes elementos por terceiros. Muitos dos presentes, sem dúvida um grupo liberal nestas lides das relações, considerou que o engate pode mantido de forma saudável no contexto da relação. O João Paulo deu alguns exemplos de arranjos mais ou menos habituais no contexto de relações homossexuais em que é permitido o envolvimento sexual com terceiros, seja numa situação de menage à trois, seja por cada um dos elementos do casal individualmente, sem que tal comprometa a relação.

Não foi preciso muito incentivo para obter a participação do nosso público, uma vez que o clima que se criou foi o de um debate participado por todos os presentes. Muitos contaram as suas experiências de engate, uma das quais acabou em casamento! Assim foi possível verificar que o engate pode também ter uma função socialmente relevante, ao contrário do que habitualmente se pensa, associando esta importante arte a experiências de uma noite apenas. Como se estas experiências também não fossem importantes, mas enfim…

Sem dúvida uma conversa muito interessante e cheia de pertinentes comentários e até dicas sobre a arte do engate! Não percam as próximas Sensações Periódicas, porque se vão arrepender se o fizerem. Depois não digam que não avisamos…

domingo, novembro 12, 2006

Programa das Sensações Periódicas

A pedido de muitas familias, casais e indivíduos sós, aqui fica o programa completo das Sensações Periódicas, que começam já esta próxima 5ª feira às 22 horas! Não percam!

É no Bairro Alto e a entrada é gratuita!

16 de Novembro
Meter conversa – Dos quebra-gelo às estratégias de engate

Ana Anes (colunista; www.je-suis-snob.blogspot.com)
João Paulo (Portugal Gay; www.portugalgay.pt)

30 de Novembro
O preservativo como objecto erótico?
Sérgio Luís (Associação Abraço; http://www.abraco.org.pt/)
António Baptista (Dono de diversas sex shops e pioneiro em Portugal nesta actividade; www.sexmail.pt)

14 de Dezembro
Taras e manias
Sílvia Gil, proprietária da loja Bizarre Fetish Store em Alfena (http://bizarrefetishstore.com/) e membro da comunidade BDSM

Ana Soromenho, jornalista do Expresso e autora de uma reportagem sobre a comunidade BDSM em Portugal
Rui Afonso Santos, Historiador de Arte

11 de Janeiro
O beijo
Margarida Rebelo Pinto (Escritora)
Fernando Alvim (Comunicador de rádio e televisão)

25 de Janeiro
Comida afrodisíaca
Lara Joaquim (Restaurante Afreudite; www.afreudite.com)
Susana Luís (Restaurante Malagueta Afrodisíaca; www.malaguetaafrodisiaca.com
)*

*A confirmar

Todas as conversas irão realizar-se às Quintas-Feiras das 22 às 23 horas, no Espaço Jovem da Câmara Municipal de Lisboa no Bairro Alto (Rua da Atalaia nº 157 R/C; perto do Mercado do Bairro Alto)

Tem dúvidas? Envie-nos um email para
geral@sentidosesensacoes.pt

Contamos com a sua presença!





Engate – arte ou técnica?


Eva usou uma maçã. Júpiter transformava-se em cisnes, em chuvas de ouro (não em chuvas douradas, tanto quanto sabemos!) e noutros bichos que tais para conquistar as suas e os seus amados. Romeu e Julieta apenas precisaram de um olhar para se aperceberem que estavam fadados um para o outro. Casanova tornava-se íntimo dos alvos do seu desejo de forma a conhecer-lhes os seus interesses e a proporcionar-lhes um ombro amigo para as suas preocupações. Em todos estes casos, o objectivo era um mesmo: o de conseguir sexo. Chamamos-lhe sedução como eufemismo, mas estamos mesmo é a falar de engates.

Perguntaria Carie Bradshaw, musa inspiradora e inspirada de “O Sexo e a Cidade”: Afinal existe ou não uma forma ideal de engatar alguém? Será isto do engate arte ou técnica?

Por um lado, há quem pense que a capacidade de engatar é inata. Quase que como a cor dos olhos. Falamos daquelas pessoas que que, quase sem querer, já estão a meter conversa com o rapaz ou rapariga a quem achou tanta piada na discoteca. Assim, sem mais nem menos. E o pior é que funciona! E ela ou ele vão na conversa e a coisa até acaba numa suada noite de sexo.

A outra facção considera isso tudo muito engraçado, mas com muito de folclore e mitos urbanos à mistura, assim em jeito de crocodilos nos esgotos de Nova Iorque e gatos-bonzai dentro de frascos de vidro. Afinal, se se quer conhecer o tal rapaz ou rapariga, tem-se que utilizar uma certa estratégia, mandar determinadas bocas capazes de quebrar o mais resistente dos resistentes ao nosso encanto, ou fazer certas coisas, como oferecer bebidas ou flores daquelas que se vendem por aí na noite.

A verdade estará certamente algures no meio, tal como a virtude. Há pessoas que conseguem, sem grande esforço, engatar, mas conseguem-no provavelmente porque o foram aprendendo fazer da melhor forma.

Preocupados como estamos sempre com o sucesso das conquistas sexuais dos nossos fiéis leitores, decidimos organizar, no âmbito das nossas Sensações Periódicas, uma conversa sobre o Engate. Para quem não sabe do que estamos a falar, as Sensações Periódicas são um ciclo de conversas informais abertas ao público e com convidados diferentes, não técnicos que abordarão diversos temas de interesse geral, tais como a utilização do preservativo como objecto erótico, o beijo ou a comida afrodisíaca.

A primeira edição das Sensações Periódicas é já na próxima quinta-feira, dia 16 de Novembro de 2006. O tema desta sessão será: “Meter conversa: Dos quebra-gelo às estratégias de engate”. E para nos falar sobre tão interessante e pedagógico tema, teremos connosco Sá Leão, o afamado e supostamente único realizador de filmes pornográficos Português, e João Paulo, editor e fundador do sítio na Internet Portugal Gay (
www.portugalgay.pt). Com ambos poderemos ter uma visão ampla e diversificada do que se pode fazer para conquistar os interesses alheios e, com isso, uma noite bem passada.

Entretanto, para quem não puder ir, aqui ficam algumas ideias sobre tão sublime arte (ou técnica). Usem e abusem.

1. Não é de bom gosto tentar engatar alguém numa sala de espera de um consultório, centro de saúde ou hospital. Com tanto sítio à disposição, por favor sejam mais criativos e evitem que o alvo da vossa atenção fique a suspeitar de que estão a tratar uma sífilis, que se encontram em plena crise de excesso de gases ou com uma estranha doença tropical que os deixa hipersensíveis aos raios solares.

2. Pagar uma bebida a alguém pode ser uma amável forma de iniciar um processo de engate. Porém, lá porque o fizeram, isso não obriga a outra pessoa a ser simpática para convosco, a dar-vos o seu número de telefone ou, bem entendido, a de facto passar a noite convosco!

3. Passar a língua pelos lábios não é uma forma adequada de demonstrar que estão interessados por alguém. Mesmo.

4. As mulheres hoje em dia têm tanta liberdade de tomar a iniciativa do engate quanto os homens. Já não era sem tempo!

5. Elogiar um sorriso que não achamos nada de especial ou uma camisola que consideramos hedionda não é aconselhável. Ou seja, devem evitar-se elogios sobre aspectos da rapariga ou do rapaz que estamos a tentar engatar que de facto não consideramos atraentes, só porque podem ser formas de levar a nossa avante...

6. O contacto ocular (olhar nos olhos) é aconselhável, mesmo que os seios ou o volume da braguilha do parceiro sejam altamente proeminentes e causem dificuldades em manter a concentração.

7. O tempo meteorológico não é um bom tema de conversa no contexto de um engate.

8. Algum contacto físico pode ser importante mas, se estivermos a falar das fases iniciais do engate, em que já se quebrou o gelo mas ainda não se chegou à fase do beijo, deve ter-se algum cuidado para não exagerar do colocar as mãos no braço dele ou dela, das festas no cabelo, das breves apalpadelas no traseiro ou dos quase acidentais toques de pernas.

9. Quem dá sinais de não estar interessado é porque provavelmente não o está. Logo, há que desejar as boas noites (ou um bom dia) e procurar outra presa mais disponível.

10. Se não pensa em vir a telefonar à pessoa que acabou de conhecer mas que acabou por verificar ser completamente superficial ou que afinal tem um hálito horrível, não lhe diga que ligará. Afinal, as verdades são para ser ditas.

Esperamos com estas dicas ter contribuído para o sucesso e felicidade de muitos corações sozinhos (e de muitos necessitados de sexo também. Sim, que nós não descriminamos ninguém no blog da Sentidos e Sensações!) por esse mundo fora.

Porém se quiserem tirar dúvidas ou ouvir aquilo que os nossos convidados têm a dizer sobre o assunto, venham assistir às nossas Sensações Periódicas na próxima 5ª feira, dia 16 de Novembro, no Espaço Jovem da Câmara Municipal de Lisboa, no Bairro Alto (Rua da Atalaia, 157, R/C).

A entrada é gratuita!


Fonte da imagem: www.capodimonte-ltd.com/seduction.htm
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