Grandes momentos na história do engate III

Quando pensamos em Reis guerreiros lembramo-nos de muita coisa, mas habitualmente não de romance. Muito menos de romance entre o guerreiro e o seu inimigo... Ora bem, a História está cheia de pequenas e por vezes inesperadas histórias de amor, em especial onde não as esperamos encontrar.

Todos conhecem, ou pelo menos já ouviram falar, de Ricardo Coração de Leão, rei de Inglaterra coroado em 1189 e contemporâneo do célebre Robin dos Bosques. Ricardo teve um percurso atribulado e grande parte do seu reinado esteve ausente do seu reino. Uma das suas mais ilustres ausências foi a que o levou a liderar, no ano seguinte ao da sua coroação, a Terceira Cruzada, com o objectivo de reconquistar Jerusalém aos Muçulmanos. Pelo caminho adquire direito sobre a ilha de Chipre e conquista a Palestina, numa impressionante sucessão de vitórias militares.

Quem então reinava nesta área do globo era Salah al-Din Yusuf, ou Saladino, originário da mesma cidade que séculos mais tarde viu nascer Saddam Hussein, Tikrit. Saladino era o Sultão da Síria, Egipto e Palestina. Tinha atrás de si a reputação de excelente estratega militar e era conhecido tanto no mundo muçulmano quanto na Europa pelos seus feitos.

Saladino estava à altura dos avanços de Ricardo e acabou, ele próprio, por fazer os seus avanços em relação ao seu célebre inimigo... Ricardo por duas vezes esteve próximo de Jerusalém, mas sempre foi repudiado pelas estratégias de Saladino. Entretanto, este foi-lhe enviando convites para que se encontrassem para discutir a situação.

Ricardo sempre recusou firmemente estes convites, até ao momento em que ficou doente de uma indisposição intestinal. Saladino prontamente enviou-lhe votos de melhoras, juntamente com um ramo de flores, uma cesta de pêssegos recolhidos do seu pomar e uma cesta de doces árabes que ele próprio preparou. Ricardo não foi alheio a tão graciosa atenção por parte do seu inimigo, e retribuiu com a oferta de uma gata proveniente da ilha de Man. Aceitou finalmente encontrar-se com o sarraceno. Este recebeu-o com um abraço e dois beijos na face e ambos se recolheram para uma tenda para privar.

Os encontros entre os guerreiros passaram a ser frequentes e ninguém sabe ao certo qual o nível de intimidade a que chegaram. Certo é, porém, que ambos eram conhecidos por terem tido relacionamentos íntimos com homens...

O que se passou entre os dois dentro das tendas durante tais encontros provavelmente nunca se saberá. E longe de nós lançar suspeitas infundadas sobre figuras históricas de tão destacada importância! Porém, existem alguns indícios que nos permitem pelo menos alçar o sobrolho no que respeita ao teor da relação entre ambos. Saladino tornou-se inseparável da sua gata da ilha de Man e não permitia que se falasse mal do rei de Inglaterra na sua presença.

Por sua vez, Ricardo Coração de Leão mandou celebrar várias missas pela alma de Saladino quando este morreu de uma pneumonia no ano de 1193 em Damasco. Diz-se também que quando caiu vítima de uma flecha num campo de batalha em França, que gritou o nome de Saladino. De resto, apesar de se ter casado em 1191 com a princesa Berengária de Navarra, nunca prestou muita atenção à mulher, nem produziu descendência.

Tirem os leitores, portanto, as suas conclusões sobre a estranha relação entre Ricardo, rei de Inglaterra e Saladino, Sultão da Síria, Egipto e Palestina. Mas independentemente da natureza de tal relação, não podemos deixar de tirar o chapéu às tácticas de sedução de Saladino. Muitos homens actuais teriam muito a aprender com a estratégia do Muçulmano. Doces feitos pelas suas próprias mãos? Quem poderá resistir a tal atenção? E o que dizer dos pêssegos? Fruto mais sensual não existe!

Mais: pensamos que a gestão das delicadas relações políticas no Médio Oriente teriam muito a aprender com o exemplo de Ricardo e Saladino. Se há que fazer guerra, há que fazê-lo com estilo. E, se possível, com encontros íntimos em tendas no deserto (não sabemos se era no deserto, mas assim torna-se mais romântico).

Já imaginaram como a situação naquela atribulada zona do planeta seria melhor se Mahmoud Ahmadinejad, Presidente do Irão, e George W. Bush se pudessem encontrar para “conversar” nas cálidas tardes das Arábias? Certamente que todos sairiam muito mais satisfeitos de tais encontros e com soluções inovadoras e pacíficas para os conflitos em que se encontram envolvidos.

Aqui fica o repto! Fazemo-lo com base na evidência histórica e com a esperança de que possamos contribuir para a paz no mundo.
Proposta indecente da semana: Sugira formas inovadoras e sensuais de resolver os conflitos no mundo. A humanidade agradece!

Fonte da imagem: www.quinomarin.com/hist/pictures/saladino.html

Os INs e os OUTs

Aproveitando a proximidade da silly season e concedendo-nos o digníssimo direito de ajuízar em seara alheia, a Sensações lança a sua lista de INs & OUTs uma petit reunião de ideias, acontecimentos e novidades nesta área da sexualidade, sensualidade e prazer.

INs
Nacionais

Nova campanha de prevenção da Liga Portuguesa contra a SIDA (LPCS) -Um filme com cerca de 15 segundos com imagens de vários casais novos e heterossexuais em cenas de sexo. «Tanto faz como fazes. Desde que uses preservativo. A embalagem de três preservativos é boa para a malta que está a começar (um para a sexta-feira, um para sábado e outro para domingo); a embalagem de seis é para os mais avançados (dois para sexta-feira, dois para sábado e dois para domingo); e as embalagens de 12 são para os casais: um para Janeiro, Fevereiro)».

O preservativo feminino, embora ainda não comercializado novamente em Portugal (foi comercializado e retirado na década de 90 por não ter adesão) pode ser encontrado nos Centros de Saúde para distribuição gratuita.

INs
InterNacionais

17 de Maio - Dia mundial contra a homofobia. Data escolhida para relembrar que em 1990 a OMS retirou a homossexualidade da lista de desordens mentais

OUTs
InterNacionais

O antigo vice presidente sul-africano, Jacob Zuma, acusado e julgado por violação (foi ilibado e o sexo considerado consensual) afirmou não ter usado preservativo e que tomou um duche depois das relações sexuais (o que, segundo ele, reduz os riscos de infecção por VIH-SIDA; nós reviramos os olhos...).

A África do Sul é somente o país com o maior número de infectados com o VIH - 11% da população (cinco milhões de seropositivos) e Zuma um líder de opinião. De acordo com Laurence Mokoua, da Nationalo Aids Helpline, foram vários os telefonemas sobre a veracidade da mensagem - o banho reduz os riscos de infecção por VIH ?

Procurámos ser maniquéistas mas na realidade não conseguimos. Existem algumas temáticas sobre as quais, confessamos, não sabemos que pensar e muito menos que partido tomar.

Provavelmente, como tudo nesta vida, questões que dependem da liberdade de escolha e do respeito pela opção. Sendo claro que este direito tem por base a educação cívica do próprio e da comunidade.

Provocação blogosférica da semana (que é como quem diz, escolha você mesmo): Muitos dizem que a internet, por ser um espaço tecnológico virtual de realização de fantasias, corrompe uma aprendizagem pessoal e social da sexualidade. Coloca-nos no mundo da fantasia isolando-nos do contacto e da interacção com o outro... Não teremos encontrado simplesmente diferentes maneiras de estar com o outro?

A arte da karezza

Ao contrário das mulheres que através de suspiros e gemidos com a intensidade certa podem convencer o seu parceiro ou a sua parceira de que se encontram a alcançar do êxtase, aos homens tal façanha encontra-se vedada. Dotados da capacidade da ejaculação, o esbranquiçado líquido serve de prova irrefutável de que o homem levou a bom termo o acto sexual.

Curiosamente, existem algumas correntes religiosas que defendem que o esperma deverá ser contido e, logo, o orgasmo evitado a todo custo. Os homens hindus são ensinados a controlar a respiração, a meditar, a utilizar posturas sexuais específicas e a pressionar certas zonas do corpo para evitar a ejaculação. É suposto que alcancem o ponto imediatamente anterior à inevitabilidade ejaculatória (momento em que o homem já não consegue evitar o orgasmo) e que aí parem, para assim iniciar tudo de novo. A esta técnica deu-se o nome de karezza.

A karezza tem dois objectivos principais. Primeiro deles é a anti-concepção. Afinal, se não ocorre ejaculação, supostamente não deverá haver o risco de uma gravidez (o que não é bem verdade...). Por outro, serve para reter e assim concentrar as energias sexuais (que assim são recicladas pelo organismo).

Esta prática espalhou-se pelo oriente e acabou por alcançar os EUA em meados do século XIX. Foi praticada por uma comunidade fundada pelo Sr. Noyes que se fixou em Oneida, no estado de Nova Iorque. Noyes defendia que o homem deveria penetrar a sua parceira por prolongados períodos de tempo (mais do que uma hora), levando-a ao orgasmo, e terminar a relação sexual sem ejacular.

Na China, sabe-se que certos homens de negócios, apesar de muito ocupados, não deixavam de dar atenção às suas diversas concubinas, e davam despacho durante o acto. Assim, os seus assistentes e outros negociantes, iam ao local em que vigorosos homens se encontravam em plena prática de karezza e que assim assinavam o que tinham para assinar, sem se esquecerem de se mover de vez em quando para não perder a erecção.

Pensamos que não apenas de ioga nos dá o oriente lições. Não é raro ouvir no ocidente desculpas de uma vida sexual pouco intensa ou frequente por causa da falta de tempo para os prazeres carnais. É comum que as relações sejam breves e que depressa se esteja a ressonar ou a correr porta fora para ir à vida tratar de outros assuntos urgentes. Mas porque não fazer o mesmo que os sábios homens de negócios da China? Afinal, assim poder-se-ia ter o devido tempo para dedicar ao sexo e ainda tratar de coisas importantes. Mais ainda hoje, com os telemóveis, a internet e os emails, porque não escrever cartas, fazer telefonemas e pesquisas necessárias ao trabalho durante o acto?

Sem dúvida que a arte da karezza seria uma forma de combater dois males do ocidente: as frustrações sexuais e a falta de produtividade no trabalho. Que maior motivação poderá haver para o trabalho do que saber que se estará a desfrutar de um prolongado acto sexual ao mesmo tempo? E que desculpas haverá agora para não passar mais tempo de qualidade com o parceiro ou a parceira? Além dos ganhos em energia para os homens decorrente da contenção da ejaculação?

Mundo ocidental ouvi: falta-nos a técnica para resolver alguns dos nossos problemas mais básicos, mas ela já existe! Basta descubrí-la e usa-la.


Um pequeno esclarecimento ...
A vasectomia é um pequeno corte nos canais deferentes no homem. Corta apenas o canal que leva os espermatozóides do testículo até as outras glândulas que produzem o esperma masculino. Continua a haver ejaculação normal, mas sem espermatozóides.
Por esta razão, homens vasectomizados também poderão dedicar-se à arte da karezza!

Fonte imagem: www.abcdaids.com.br

Tabooboo

Foi colocado recentemente nas casas-de-banho das discotecas e bares de Inglaterra uma máquina da empresa Tabooboo. Esta máquina de um cor-de-rosa choque (choque visual e choque conceptual) coloca à disposição de todos nós, por apenas alguns euros, os mais variados artigos eróticos como anéis para estimulação anal e todas as formas imaginárias de preservativos.

Até há pouco tempo, a venda de produtos nestes locais privilegiados (espaço prime-time da diversão e do erotismo) era limitada à venda de uns quantos produtos considerados de carácter higiénico-preventivo. Podíamos aí encontrar produtos de higiene íntima feminina e claro, preservativos. Esta tradicional venda associa estes produtos a uma visão sanitária e asséptica dos produtos e claro, da sexualidade. As máquinas eram (e ainda são), pouco atractivas, desinteressantes e muitas vezes não funcionais.

Esta nova máquina cor-de-rosa parece vir trazer um certo glamour que nos desperta a curiosidade e nos apimenta a mente. Mas, e ele há sempre um mas (infelizmente) e este trata-se de um grande mas, onde nessa nova máquina se encontram preservativos? Temos as Metal love Beads, os Blue Perspex Massager, o Key Ring Vibrator entre muitos outros mas não encontrámos lá o preservativo. Voltamos a perguntar, não será o preservativo também um objecto de diversão? E, se ainda não o é, quando poderá ser?

Adorámos a ideia cor-de-rosa mas sentimos mas lamentamos a continuidade de uma visão separatista, de verdadeiro apartheid ou de exclusão: de um lado o prazer, colorido e atraente; do outro a prevenção, sensaborona e por vezes inoperacional.

Acreditamos em práticas de inclusão! E vocês em que acreditam?

ATENÇÃO!
É verdade, errámos... Na verdade o preservativo encontra-se nesta máquina cor-de-rosa, é o último item, os Flavoured condoms (preservativos com sabores). Pedimos desculpa pelo facto. Aproveitando mais uma vez para apelar a uma ideia completa de prevenção e prazer. PARABÉNS à Tabooboo !!