Sensações Virtuais

segunda-feira, março 27, 2006

Grandes momentos na história do engate I


Tudo tem uma história. Reis, conquistas e guerras sempre tiveram um lugar privilegiado nas aulas e em livros de História. Porém, existem aspectos importantes da nossa vivência de seres humanos que nunca estudamos na escola. Por exemplo, o engate. Apesar de que, sem engate, nunca haveria humanidade.

Propomo-nos aqui, no blog da
Sensações, fazer uma história informal do engate. Como é uma história longa, decidimos dividi-la em suaves capítulos que terão (esperamos nós!) o prazer de acompanhar ao longo de várias semanas, ainda que eventualmente intercalada por outros temas de igual importância.

E se não existiria humanidade não fosse ter ocorrido o primeiro engate, vamos começar por aquele que é um dos mitos fundadores da nossa cultura: o de Eva e Adão.

Reza o Velho Testamento que, depois de Deus ter criado Eva a partir de uma costela de Adão, ambos andavam nus e sem vergonha pelo jardim do Éden. Apesar disso, parece que nada acontecia entre ambos (pela descrição da Bíblia, na verdade parece que mal falavam entre si). Além de muito bonito e fértil, o jardim não oferecia muitas distracções. Isto de passar o tempo todo a ver as plantas crescer e os pássaros a cantar tem muito que se lhe diga.

Eva certamente que deveria estar aborrecida. Quando a serpente, matreira, lhe sugeriu que comesse do fruto da árvore do bem e do mal, nem pensou duas vezes e dentada após dentada, lá foi uma maçã. Farta do silêncio de Adão, que já nessa altura os homens não deviam ser de muitas palavras, propôs-lhe que ele também desse umas trincadelas. Assim se aperceberam de que estavam nus e cobriram-se com o que encontraram à mão (folhas de figueira, pela descrição).

É certo que por tal feito foram corridos do paraíso e se tornaram mortais. Mas também é certo que foi só após toda a sequência da maçã que Adão e Eva finalmente tiveram relações sexuais (está na Bíblia. A sério!). Parece então que a decisão de Eva resultou em conseguir engatar o melhor homem que tinha ao dispor. É claro, que era também o único.

A grande questão que se coloca é: qual o verdadeiro interesse da serpente no meio disto tudo. Afinal, foi ela que sugeriu a Eva que tentasse o golpe da maçã. Quais os seus motivos? O que ganhou ela com isso? Seria uma serpente com vocação de casamenteira? Estaria ela também aborrecida com a vida no jardim do Éden? E que história é esta afinal de uma serpente que fala?

Fosse por que motivo fosse, não podemos deixar de agradecer à serpente. Afinal o animal até foi útil – sem ela não existiria humanidade, apenas um Adão e uma Eva imortais e chateados de morte a ver os dias passar num sítio muito bonito, mas sem nada de especial para fazer. Perdeu-se a imortalidade, mas ganhou-se o sexo. Parece-me um bom negócio. Não acham?

Proposta indecente da semana: Quais os motivos da serpente? Dê-nos a sua teoria sobre o que levou um réptil a mudar a história da humanidade. Ficamos à espera.

Fonte da imagem: www.artshole.co.uk/

terça-feira, março 21, 2006

Dia Mundial da Poesia

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Hoje, dia 21 de Março, é o Dia Mundial da Poesia. Para comemorar este dia tão importante, relembramos o poema da deputada Natália Correia inspirado e distribuido no Parlamento.

Numa intervenção sobre a questão do aborto o Deputado João Morgado afirmou que o acto sexual só é justificável tendo por objectivo a procriação. A afirmação mereceu as seguintes palavras. Natália Correia escreveu....


Já que o coito - diz o Morgado
Tem como fim cristalino
Preciso e imaculado
Fazer menina e menino,
E cada vez que o varão
Sexual petisco manduca
Temos na procriação
Prova que houve truca-truca.

Sendo pai de um só rebento
Lógica é a conclusão
De que o viril instrumento
Só usou - parca ração! –
Uma vez. E se a função
Faz o órgão - diz o ditado –
Consumada essa operação
Ficou capado o Morgado.



Fonte da Imagem: Garnetsigma

O despertar da Líbido

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Ontem chegou a Primavera. Já vai longe o dia científicamente comprovado como o mais triste do ano (24 de Janeiro) e devagarinho, assim como regressam as andorinhas e se vislubram mais centímetros de pele, a líbido parece encontrar desculpa nos rituais primaveris de acasalamento para voltar fluir.

A questão é: porque será que precisamos de desculpas como a Primavera para alimentarmos a nossa líbido (ou serão os primeiros raios de sol realmente afrodisíacos)?

Estudos realizados referem que a maior actividade física de lazer ocorre nos meses de Verão. Na verdade, as estações do ano podem influenciar actividade física. E sexo é actividade física. O que não significa que durante os meses de Inverno estejamos adormecidos; apenas, provavelmente, entretidos com outras actividades.
Mal acaba o Verão parece que murchamos, empatizando com o cair da folha e com as primeiras rajadas de vento frio. Cobrem-se os corpos e começamos a pensar no Natal. E todos sabemos que o Natal é uma festa de família, tradicional, milenar... Preocupam-nos as relações ascendentes e pouco ou nenhum tempo sobra para enfeitar uma árvore de Natal em trajes reduzidos ou nulos com namorados ou namoradas. Aliás, uma mudança tão radical de tradições até nos poderia fazer repensar todo o verdadeiro espírito de Natal. E depois, onde ficariam as compras? Findo o Natal surgem as preocupações: dinheiro, finanças, projectos profissionais, planos e promessas de Ano Novo e novamente arrumamos a nosso líbido por mais umas semanas.
São Valentim parece, à primeira vista, vir trazer alguma animação ao marasmo erótico. Porém, essa data em tudo se assemelha mais a uma celebração consumista do que a um hino libidinoso. Mas eis que surgem os primeiros raios de sol, uma ligeira subida de temperatura e o que arrumámos durante meses parece despertar de uma longa hibernação.

O termo líbido deriva do latim e significa vontade ou desejo. É a energia sexual que todos os indivíduos possuem e que nos conduz ao comportamento sexual. Existem muitos e diversos factores que podem afectar a sua intensidade, como seja o stress, o cansaço, certas medicações, a desilusão, os tabus, os medos, as ideias preconcebidas e muitos outros. A líbido é para cuidar e acarinhar o ano todo, estejam 0 ou 35 graus de temperatura. É preciso não fazer dela uma Bela Adormecida, ou corremos o risco de não haver beijo que a desperte. Cuidar da nossa líbido é dedicar-lhe um tempo especial, inovar e explorar novos prazeres e sensações.

Se é verdade que a nossa líbido aquece nos meses de verão, também é verdade que a limitamos em muitas outras alturas. Na verdade, a nossa líbido não se limita a uma tendência exclusiva para a conservação da vida e para a reprodução, ela assegura outros encantos e potencialidades a serem exploradas por cada um de nós. E não deveria ser preciso chegar a Primavera para ceder aos seus caprichos

Proposta Indecente da Semana: Porque não comprar um brinquedo para celebrar a chegada da Primavera. Existem à medida de todas as líbidos, consulte os nossos links e eleja o seu preferido.


Fonte da imagem: Modimo

segunda-feira, março 13, 2006

Orgasmos, há muitos (ou talvez não...)


Esperantina é uma pequena cidade do estado de Piauí, no Brasil, com cerca de 34 mil habitantes. Continuaria a ser mais uma pequena cidade perdida no mundo, não fosse o único local do planeta em que se comemora o Dia do Orgasmo.

Foi em 2001 que um político do município, ao saber que 71,25% das mulheres da sua cidade nunca tinham atingido o orgasmo (!), propôs que o dia 9 de Maio passasse a ser celebrado como o Dia do Orgasmo. Inicialmente, as comemorações foram informais, uma vez que o projecto proposto à Câmara Municipal foi chumbado. Finalmente em 2004 passou a ser oficial e uma série de eventos, entre os quais conferências, exposições, exibições de filmes e afins, lá decorrem e atraem crescente número de visitantes.

Será que realmente precisamos de um dia do orgasmo? A resposta não pode deixar de ser um retumbante: Sim! O orgasmo é provavelmente dos acontecimentos menos celebrados (ainda que mais desejados) que temos.

Se celebramos pais, mães, mulheres, aniversários; se temos dias especiais para nos lembrar e sensibilizar sobre doenças e situações indesejáveis (como a SIDA ou a violência doméstica); se persistimos em comemorar a implantação da República ou a independência nacional, séculos depois do facto ou, ainda, o nascimento de Cristo dois mil anos passados, valha-nos Nossa Senhora! Porque não dedicar um pouco mais de atenção a algo que deverá fazer parte do dia-a-dia, ainda que muitas vezes não faça?

Certo é que, à semelhança das mulheres de Esperantina, muitas outras um pouco por todo o mundo nunca ou raramente experimentam a sensação arrebatadora de um orgasmo. As inibições sociais em relação ao prazer feminino; a insatisfação com a relação que se tem com o parceiro ou parceira; a precipitação de muitos homens nestas coisas do sexo, bem como um sem número de outras situações justificam essa realidade.

Por não conseguirem atingir o orgasmo, muitas delas são levadas a simulá-lo, e aprendem a fazê-lo bem. A simulá-lo, não a tê-lo, tal como, de resto, Meg Ryan o demonstrou em pleno restaurante nova-iorquino, no filme “Um amor inevitável” (1989). O fingimento do prazer, em contextos e momentos em que tal é desejável, faz assim parte do quotidiano sexual de muitas mulheres. Dessa forma asseguram os seus parceiros (e respectivas auto-estimas) de que eles cumpriram a sua função de proporcionar prazer às mulheres com quem estão a ter relações sexuais.

De resto, falar de orgasmos não é fácil. É daquelas experiências que são boas e pronto! Que mais se pode dizer para descrevê-lo? Que é como ser arrebatado por uma avalanche de sensações? Que é como cair por um precipício de prazer? Que é como se correntes eléctricas atravessassem o corpo, fazendo acender todas as luzes certas e atingindo todos os pontos essenciais?

Cada pessoa terá, no orgasmo, a sua própria experiência intima, pessoal e intransmissível, ainda que, regra geral, muito agradável. E mais ainda quando é vivido em, digamos, colaboração com alguém. Sim, porque muitos deles são vividos na privacidade das nossas casas de banho, dos nossos lençóis, de todo e qualquer recanto suficientemente discreto para permitir uma orquestra de sensações conduzida apenas por uma mão (ou com duas, se quisermos ser criativos, ou com a ajuda de objectos se quisermos ser depravados).

Orgasmos há muitos. Mas, a verdade é que eles nunca são suficientes! São assim como as bombocas, crocantes por fora e fofos por dentro, e um nunca é suficiente. Nunca vai chegar. Havemos de querer sempre mais e mais. E felizmente, a não ser que haja algum problema (bata na madeira!) podemos sempre tê-los. Por muito pouco dinheiro que possamos ter, por muito sozinhos que possamos estar, teremos sempre direito ao orgasmo. Porquê não então celebrá-lo como em Esperantina. De forma a que um dia, todos os dias possam ser dias de orgasmos.


Proposta indecente do dia: Diga-nos como são os seus orgasmos. Explique-nos como são as suas experiências climáxicas e, mais importante ainda, partilhe connosco as técnicas que utiliza para os tornar mais intensos. Ficamos a aguardar!
Sensações

domingo, março 05, 2006

Sensações na Blogosfera


É uma realidade:
A Sensações já está na blogesfera!

E o que é a Sensações? - perguntam todos.

A Sensações é a irreverente e provocatória faceta da
Sentidos e Sensações, Associação para a Promoção e Educação para a Saúde.

Constatamos que a educação para a saúde, e a educação sexual em particular, precisa de novas abordagens e de iniciativas diferentes das que habitualmente ocorrem no nosso país. Afinal, o sexo deverá ser tão divertido quanto responsável. Pretendemos agitar as águas do nosso pacato país com iniciativas que vão ao encontro dos vossos mais esgroviados desejos e mais loucas fantasias.

Para começar, pensamos que um bom espaço de discussão e troca de ideias seria um blog. Por isso aqui estamos.

Pretendemos utilizar este espaço para lançar ideias e temas que esperamos sejam do vosso interesse. Através deste blog queremos conhecer as vossas opiniões e comentários, propostas e desejos. Por isso usem, abusem e visitem-nos quantas vezes quiserem!

Sensações
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